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sexta-feira, 21 de maio de 2010

A estrutura da pesquisa sociológica: Ruptura, Construção e Verificação

Os nossos conhecimentos constroem-se com o apoio de quadros teóricos e metodológicos explícitos, lentamente elaborados, que constituem um campo pelo menos parcialmente estruturado, e esses conhecimentos são apoiados por uma observação dos factos concretos (p.20).
(...) elaborar uma problemática equivale a definir conjuntamente três elementos: o que pretendemos explicar, aquilo com o qual o relacionaremos e o tipo de relação que perspectivamos entre os dois primeiros elementos (p. 98).
Uma boa investigação só pode ser realizada se atribuirmos uma prioridade ao objecto e se encararmos os recursos teóricós como aquilo que são: meros instrumentos, ainda que indispensáveis, para tornarem inteligível a realidade, mas instrumentos em primeiro lugar. O trabalho teórico não é desvalorizado, pelo contrário. Consiste essencialmente em fomecer os pontos de referência e as linhas de força do trabalho de elucidação e está em permanente recomposição no decurso deste processo. É por isso que é possível afirmar que é bom investigador quem, possuindo um sólida cultura teórica, sabe”esquecer a teoria?, no decurso do seu trabalho para explorar os seus recursos no momento preciso em que eles se impõem por si (p. 100).



A problematização consistirá então em formular o seu projecto de investigação, articulando duas dimensões que se constituem mutuamente nele: uma perspectiva teórica e um objecto de investigação concreto, ou ainda, indissociavelmente, um olhar e o objecto desse olhar. Conceber uma problemática é igualmente explicitar o quadro conceptual da sua investigação, quer dizer, descrever o quadro teórico em que se inscreve a metodologia pessoal do investigador, precisar os conceitos fundamentais e as relações que eles têm entre si, construir um sistema conceptual adaptado ao objecto da investigação (p. 101).


Os trechos e o esquema acima foram reproduzidos da obra abaixo referida:
QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, Lucvan. Manual de investigação em ciências sociais. 2ª edição. Lisboa: Gradiva, 1998. 282 p.

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