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sábado, 22 de maio de 2010

"Billy Elliot", Grã-Bretanha, 2000, Stephen Daldry.

Billy Elliot (Jamie Bell) um garoto de 11 anos que vive numa pequena cidade da Inglaterra, onde o principal meio de sustento são as minas da cidade. Obrigado pelo pai a treinar boxe, Billy fica fascinado com a magia do balé, ao qual tem contato através de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia onde pratica boxe. Incentivado pela professora de balé (Julie Walters), que vê em Billy um talento nato para a dança, ele resolve então pendurar as luvas de boxe e se dedicar de corpo e alma dança, mesmo tendo que enfrentar a contrariedade de seu irmão e seu pai. Mrs. Wilkinson, a professora de balé, vê em Billy um talento pronto para ser trabalhado e passa a dar aulas escondido da família dele, contrária a uma atividade tão feminina, e o incentiva a ir fundo na dança. E ele vai, mesmo sem saber porquê, a não ser que a dança o envolve com uma sensação que nunca havia experimentado e que supera todas as dores e o cansaço dos ensaios. A história se passa nos anos 80 de Margareth Tatcher. Sem fazer crítica social profunda, o filme mostra, até de forma bem humorada, o empobrecimento da classe média durante uma longa greve dos mineiros de carvão, profissão do pai e do irmão de Billy e que seria a sua, se não os enfrentasse com garra para poder fazer o que sabia e alçar vôos bem mais altos que os previstos para sua vida. O pano de fundo do enredo é a greve de mineiros da época do governo Tatcher, que fez estragos na dama de ferro da Grã-Bretanha. Esse contexto é mostrado ligeiramente, pois a história é de Elliot, o bailarino. Porém, chama a atenção o enfoque sobre o sensível choque cultural da família tradicional (o pai e o irmão, que são mineiros e estão sofrendo com a crise) com as aspirações do jovem Elliot. A descoberta da sexualidade, num filme com pré-adolescentes, poderia ter resvalado para algo entre vulgar ou explícito, mas o roteirista soube trabalhar bem esse ponto, discutindo homossexualidade e preconceito, casamento, sexo e desejo sem nenhuma apelação.

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