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sábado, 22 de maio de 2010

Concorrência e alianças entre pesquisadores

O ensaio analisa uma dimensão do desenvolvimento da ciência no Brasil sob a perspectiva dos atores sociais, examinando de que forma os grupos de pesquisa caracterizam-se como estratégias dos pesquisadores na tentativa de superar a crescente competição no campo científi co no Brasil. Na última década do século XX, houve uma expressiva expansão dos grupos de pesquisa, que continuou nos anos 2000. Argumenta-se que essa expansão estaria vinculada à ampliação da concorrência no ambiente científi co e à recorrência da constituição de alianças entre os pesquisadores, organizados em grupos, para melhor participarem da distribuição de recursos (de capital fi nanceiro ou mesmo simbólico), bem como para melhor ocupar espaços na “comunidade científica”. Na última década do século XX, a “comunidade científi ca” no Brasil foi marcada por expressiva expansão de grupos de pesquisa, que continuou ocorrendo nos anos 2000. A formação de grupos de pesquisa está vinculada a uma série de aspectos, entre os quais pode se destacar a alocação e a escassez de recursos para a pesquisa; a obrigatoriedade da inscrição dos pesquisadores, por parte das instituições de fomento à pesquisa, em grupos de pesquisa, sob a pena de não poderem participar da distribuição dos recursos; a livre formação de equipes compostas por um pesquisador e estudantes de graduação e pós-graduação; a afinidade temática; e, até mesmo, os jogos de interesse. Sem negar nenhuma dessas explicações, mas, complementando esse leque de determinantes, sugere-se, neste estudo, que a expansão da formação de grupos de pesquisa é mais uma dimensão para explicar esse contexto, pois esse fenômeno está vinculado à ampliação da concorrência no ambiente científico e à recorrência da organização em grupos de pesquisa e da constituição de alianças entre os pesquisadores, em torno dos grupos de pesquisa, para melhor participarem da distribuição de recursos, sejam estes de capital financeiro ou mesmo simbólico.

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