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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Émile Durkheim nasceu em 15 de agosto de 1858, em Epinal, no noroeste da França, próximo à fronteira com a Alemanha e morreu em 15 de dezembro de 1917

Adota um tipo de historicismo, mas não é evolucionista: as sociedades se adensam constituindo arranjos cada vez mais complexos. As sociedades “crescem”: elas não passam por etapas definidas, mas podem ser classificadas pelo seu estágio: sociedades tradicionais (segmentárias) e modernas (diferenciadas). A modernidade apresenta duas tendências marcantes que são a diferenciação social e uma crescente autonomia dos atores sociais (individuação). A sociedade não é o produto da soma de consciências, de ações e de sentimentos particulares. Ainda que o todo seja composto pelo agrupamento das partes, origina uma série de fenômenos que dizem respeito ao todo diretamente, e não apenas às partes individuais que o compõem. Reconhecimento da existência de uma consciência coletiva. O homem se tornou humano porque se tornou sociável, sendo capaz de aprender hábitos e costumes para poder conviver em um grupo social. Anterioridade do social sobre o individual (a sociedade permanece para além da vida e morte do indivíduo). A sociedade é uma realidade sui-generis, com aspectos próprios. Os indivíduos estão submetidos à sociedade, pois é a sociedade que permite a emergência do indivíduo como individualidade (processo de individuação). A realidade psíquica não se confunde com a realidade social. Os princípios que regem a sociedade e a ação humana são proporcionados por valores, normas e regras que tiveram sua origem na própria sociedade e nas representações sociais, que são interiorizadas pelos indivíduos (socialização). O progresso da divisão do trabalho social complexifica a estrutura social promovendo a especialização e pluralização das instituições sociais (costumes, normas, políticas, econômicas, científicas, jurídicas, etc.) permitindo, também, aos indivíduos maior espaço para individuação por meio da especialização e trânsito pelas diferentes identidades e papéis sociais (sacerdote/fiel, curandeiro, filósofo, operário, médico, cientista, intelectual, etc.). Assim, a sociedade, por meio do progresso da divisão do trabalho social, deixa de estar organizada em uma estrutura homogênea para estar organizada numa estrutura heterogênea, cujas partes são interdependentes e cumprem “funções”. O espaço para individuação é, portanto, diretamente proporcional ao desenvolvimento da divisão do trabalho social, sendo esta última determinada pelo adensamento material (crescimento demográfico) e moral (crescimento das formas de relação social) das sociedades. A sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de possuírem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a sua realização individual, quando integrado a estrutura social.

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