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sábado, 31 de julho de 2010

A emergência do Estado para Bourdieu

Para Bourdieu o Estado é um “ser determinado” que reinvindica com sucesso o monopólio do uso legítimo da violência física e simbólica em um território determinado e sobre o conjunto da população correspondente. Essa posição do estado em relação a violência simbólica se deve a sua objetividade, ou seja, o uso das estruturas e dos mecanismos específicos para este fim, e a sua subjetividade, que faz sob a forma de estruturas mentais, de esquemas de percepção e de pensamento, resultado de um processo que institui, ao mesmo tempo, nas estruturas sociais, as estruturas mentais formadas numa série de atos de instituição que fazem com que essas formas apareçam com aparência natural para o indivíduo. O Estado é resultado de um processo de concentração do capital de força física ou coerção, capital econômico e capital simbólico ou cultural, detentor de um “metacapital” com poder sobre os outros tipos de capital e sobre seus detentores. A concentração de diferentes tipos de capital leva a emergência de um capital específico (propriamente estatal) que permite ao Estado exercer um poder sobre os diversos campos e sobre os diferentes tipos específicos de capital. Desta forma, a construção do Estado está em pé de igualdade com a construção do campo do poder - entendido este como o espaço no interior do qual os detentores dos diferentes tipos de capital lutam individualmente pelo poder sobre o Estado, de forma a ter a hegemonia do capital estatal, o qual lhes assegurará o poder sobre os diferentes tipos de capital e sua reprodução por meio das instituições escolares. O Estado impõe uma lógica de pensamento que define uma espécie de razão definitiva se apresentando com uma razão universal, única e certa. Ele impõe estruturas de percepção do mundo através de categorias ou classificações sociais. Por concentrar o capital simbólico, o Estado impõem estruturas cognitivas, caracterizando uma violência simbólica no Estado.

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