Giddens aponta algumas características para um sistema de governança alternativo ao WELFARE STATE: Incentivar engajamentos reflexivos, entendido com estabelecimento de movimentos sociais e grupos de auto-ajuda locais; limitação de danos, preocupação básica, seja em relação à cultura local ou meio ambiente; considerar questões de políticas de vida fundamentais para a política emancipatória, exigindo o enfrentamento de questões de estilo de vida e ética (a questão de “como” viver tem importância sumária e específica para os pobres; promover autoconfiança e integridade como os próprios meios de desenvolvimento, referindo-se essencialmente à reconstrução de solidariedades locais; questão ecológica: ricos e pobres têm o mesmo interesse com tal aspecto; melhoria da posição das mulheres (com poder as mulheres podem tomar sua própria decisão em relação à reprodução); saúde pública autônoma (educação a respeito de cuidados pessoais; pessoas com informações básicas podem tomar cuidados comuns com a saúde, evitando e tratando a maioria dos problemas simples; conhecimento médico não deveria ser segredo de um grupo restrito; cuidados básicos de saúde não deveriam ser oferecidos e sim incentivados); direitos para a família e dentro da família (laços familiares oferecem segurança social); reconhecimento de direitos formais e substantivos refletem em obrigações e deveres concomitantes; intervenção de natureza gerativa, global, mas sensível às necessidades locais e protetora de interesses locais.
Segundo Murray, os WELFARE STATE criam subclasses empobrecidas e desmoralizadas. “O objetivo da existência humana não é apenas atingir um determinado padrão de vida, mas sim a aquisição de valores de vida definidos.” “O que há de errado em ser pobre?” Baseia-se em pesquisas realizadas no tocante às relações entre renda e felicidade expressa, procurando demonstrar que depois de um limite bastante baixo, os níveis crescentes de renda não conduzem a graus maiores de felicidade ou de satisfação com a própria vida.
Giddens questiona porque não tentar aproximar as condições de vida de ricos e pobres, mesmo se isso não for feito por meio de transferências de riqueza e de renda? O verdadeiro inimigo da busca da felicidade não é a pobreza nem a riqueza, mas o produtivismo. O consumismo surgiu da orientação produtivista do mundo. E acaba rompendo com o significado moral do Trabalho. O WELFARE STATE está profundamente preso ao produtivismo que está preso a padrões e estilos de vida estabelecidos. A modernização reflexiva que cada vez mais caracteriza a sociedade coloca os indivíduos em uma matriz de decisão diferente da tradicional e cria uma série de tensões inter-relacionadas no âmago das instituições nas sociedades modernas.
Todo interessado em abordar a questão da governança social poderia considerar o seguinte losango analítico: Trabalho – Família – Gerações – Gênero, e as mudanças que ocorrem nestas esferas.
Comentários com base no texto:
GIDDENS, Anthony. Para Além da Esquerda e da Direita. São Paulo: Unesp, 1996. Capítulos 5, 6 e 7 (p. 153-224)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Giddens e o Estado de Bem-estar social 2
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