No dia 30 de setembro de 2008, terça-feira, o Levante Popular da Juventude e o Coletivo Muralha Rubro Negra realizaram o seminário "Pra que(m) serve o teu conhecimento?", na sala Pantheon, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Campus do Vale, em Porto Alegre. O evento iniciou às 14h e teve a participação de Eliane Moura, integrante do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD); José Carlos Gomes dos Santos, representante do Movimento Negro; Dario Melo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Leonardo Leitão, dos cursinhos populares e um representante do movimento indígena.
Durante o evento, a expressão "Pra que(m) serve o teu conhecimento?" foi grafitada na parede do Prédio de salas de aula do Instituto de Letras e do IFCH. Houve grande repercussão e surgiram orientações para que a frase questionadora fosse coberta.
Devemos entender que a Universidade é um ambiente de crítica social e que questionar o conhecimento que é produzido deve ser um dos aspectos primordiais do pensamento universitário.
Por ter sido feita sem autorização e não ter motivado uma repreensão, a pintura de uma parede do Instituto de Letras ganhou status de polêmica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Considerado dano ao patrimônio público por um aluno, o desenho feito por alunos — com os dizeres "Pra que(m) serve o teu conhecimento?" — foi avaliado pela UFRGS como "fundamental ao pensamento crítico".
Ao saber da pintura, o estudante de Ciências Contábeis Anderson Gonçalves, 35 anos, integrante do Movimento Estudantil Liberdade (MEL), abriu processo administrativo junto à universidade para saber se a parede havia sido cedida aos alunos. No documento, ele classificou o ato como vandalismo, identificou um dos responsáveis e pediu a punição do grupo. Cerca de dois meses depois, o estudante ficou surpreso com a justificativa da universidade para arquivar o processo. Em um texto de 25 linhas, o secretário de Assuntos Estudantis, Angelo Ronaldo Pereira da Silva, informou que a pintura, "antes de ser vandalismo, é um ato de extremo instigamento ao pensamento crítico, eivado de indagação filosófica que não desmerece o patrimônio".
A arte de forte cunho intelectual foi atacada por grupos reacionários e destruída em nome do medo da crítica social e do pensamento livre.
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poxa, o mural era tão bacana, que puta sacanagem isso? do ponto de vista filosófico o mural nos impulsiona a autocrítica, achei-o instigador. que pena que algo que era para ser um questionamento filosófico sobre o eu tornou-se isto tudo.
ResponderExcluirUm sujeito desses, o tal que criticou e tomou uma lição de liberdade de expressão do Sec. de Assuntos Estudantis, no mínimo se doeu por ter plena convicção de que estuda pra defender o dinheiro dos outros, ou seja, a frase-protesto o atingiu em cheio.
ResponderExcluirEnquanto tiver gente mesquinha a esse ponto, as manifestações livres e questionadoras do establishment de apatia que recaiu nas universidades devem acontecer espontaneamente, sem medo de repressão.
A universidade está cheia de conservadores ("cheia" aqui no duplo sentido).
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